CABAS

 Curso de Adaptação Básica em Ambiente de Selva (CABAS)














Em 2009, uma aeronave C-98 Caravan saiu de Cruzeiro do Sul (Acre) em direção à Tabatinga (Amazonas). Durante o percurso, houve uma falha no motor. Após executar os procedimentos de emergência, o piloto conseguiu planar e pousar no Rio Ituí; localizado na região. Os sobreviventes saíram pela porta traseira da aeronave e nadaram até a margem do rio. O pior parecia ter passado, mas o próximo desafio ainda estava por vir: sobreviver na floresta até o resgate chegar. Você já se imaginou nessa situação? Molhado, apenas com as roupas do corpo, tendo que sobreviver na selva. Seria capaz de buscar comida e água, acender uma fogueira e preparar um local para dormir, sem saber, ao menos, quando o resgate chegaria e se chegaria? Situações como essa motivaram o Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7°/8°GAv), Esquadrão Harpia, a desenvolver o Curso de Adaptação Básica em Ambiente de Selva (CABAS). Ministrado pela equipe de resgate do Esquadrão, a iniciativa visa passar conhecimentos e técnicas de sobrevivência em caso de um incidente aeronáutico no qual a tripulação tenha de aguardar o resgate na selva sem saber quanto tempo terão de esperar. O curso tem a duração de 14 dias e conta com a participação de militares da Força Aérea oriundos das mais diversas unidades sediadas na Região Amazônica. Devido à sua inacessibilidade, insalubridade e às dificuldades para explorá-la economicamente, a Amazônia é uma das áreas mais subpovoadas do globo. É um deserto verde. Todos esses fatores nos fazem concluir que aqueles que detêm algum conhecimento da selva, apresentarão as mais favoráveis condições de sobrevivência até o momento de um resgate. O Curso Com a preocupação de proporcionar tais conhecimentos às suas tripulações, em 1996, o 7º/8º GAv criou o CABAS, curso capaz de agregar em seu currículo assuntos como construção de abrigos, obtenção de fogo e água, kit de sobrevivência, caça e pesca, preparo e consumo de alimentos animais e vegetais, sinalização auditiva e visual, armadilhas, primeiros socorros, transporte de feridos e outros. “Durante o curso, os alunos são expostos a um ambiente de estresse, de modo a simular uma situação de acidente, no qual o sobrevivente tem de lidar com a fome, a insegurança e a incerteza do resgate”. O período inicial, de cinco dias, foi realizado na Base Aérea de Manaus (BAMN) e a fase final, de nove dias, no Centro de Integração e Aperfeiçoamento em Polícia Ambiental (CIAPA), área emprestada pela Polícia Federal. No CIAPA, inicia-se a restrição da alimentação para os alunos aprenderem a lidar com a fome e a consequente falta de energia e cansaço. Nessa etapa, também acontece o pernoite isolado em que o aluno é testado quanto aos procedimentos aprendidos durante o CABAS, tendo de montar um acampamento na selva e lá passar uma noite sozinho.